Teletime – Fernando Paiva – 12 de dezembro de 2016
A TIM está utilizando a constelação de satélites de média órbita da O3B para o backhaul de sua rede 4G em Fernando de Noronha. É o primeiro local a contar com essa tecnologia na rede da operadora. Até então, sua rede 2G e 3G na ilha usava uma conexão com um satélite geoestacionário, localizado a 36 mil Km de distância, o que gerava um atraso de 600 milissegundos e uma velocidade de transmsisão de dados de apenas 100 Kbps. Os satélites de órbita média estão mais próximos da Terra, a 8 mil Km de distância, o que reduz o atraso para 150 milissegundos. Combinando frequências de 700 Mhz, 1.800 MHz e 2.600 MHz em Fernando de Noronha, a TIM conseguiu atingir velocidades de até 30 Mbps no 4G. Para demonstrar a qualidade da rede, a empresa realizou uma videochamada entre seu CEO em São Paulo e um diretor de vendas na ilha, durante almoço de fim de ano com a imprensa nesta quinta-feira, 8.
Os satélites de órbita média não ficam parados em relação à Terra. Eles estão em constante movimento. Para acompanhar sua trajetória, a TIM instalou duas antenas em Fernando de Noronha conectadas aos seus dois sites 4G na ilha. Quando um satélite some no horizonte, uma segunda antena apontada para o outro lado começa a acompanhar um novo satélite que surge, evitando assim a perda de conexão. A TIM já havia feito um teste com a O3B em Tefé, no Amazonas.
O CTO da operadora, Leonardo Capdeville, explica que a solução satelital para backhaul só é utilizada quando não há nenhuma outra opção, porque seu custo chega a ser mais de dez vezes superior ao de um backhaul terrestre. Não está definido se a TIM vai adotar a O3B para o backhaul em outras cidades onde hoje utiliza satélites geoestacionários. Isso vai depender da negociação comercial com a O3B, disse Capdeville.