Convergência Digital – 24 de agosto de 2017.
A proposta de substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para a nova Taxa de Longo Prazo (TLP) deve afetar 69% das empresas do setor eletroeletrônico que utilizam financiamentos do BNDES como fornecedoras de máquinas, equipamentos, sistemas e componentes. A conclusão é de uma sondagem realizada pela Abinee no mês de junho, antes, portanto, da aprovação da MP 777 realizada nesta quinta-feira, 24/08, pela Comissão Mista do Congresso.
De acordo com a maioria das empresas consultadas das sondagem, a mudança deverá acarretar elevação na taxa das operações. Cadastradas no BNDES como fornecedoras, as empresas oferecem aos seus clientes linhas de financiamento do banco na aquisição de equipamentos. A ferramenta é fundamental e decisiva para garantir a concorrência com produtos importados. Após a aprovação, a MP 777 seguirá para apreciação da Câmara. Caso aprovada, será votada pelo Senado para ir à sanção.
“O aumento na taxa de juros para investimentos produtivos agravará ainda mais o quadro atual, acarretando em aumento do desemprego e atraso maior na retomada da atividade”, avalia o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Segundo ele, a mudança inibe ainda mais os investimentos no setor eletroeletrônico, que já vêm recuando nos últimos anos, em função, principalmente, das crises econômica e política que o País atravessa.
Barbato afirma que a competitividade da indústria foi esquecida quando se propôs o fim da TJLP por meio da MP 777. “A indústria, o Brasil e o BNDES perderão uma importante ferramenta. O futuro é bastante nebuloso para a indústria, que pouco a pouco vem sendo extinta em nosso País”, conclui.